TJPE lança programa para inclusão de jovens egressos de unidades de acolhimento no mercado
O programa tem como objetivo viabilizar a empregabilidade de egressos das unidades de acolhimento, por meio de capacitação e da articulação com instituições públicas e privadas
O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) realizou, na manhã desta terça-feira (17), a solenidade de lançamento do Programa Novos Caminhos.
O evento ocorreu no Salão Nobre do Palácio da Justiça, no bairro de Santo Antônio, área central do Recife, e marcou o início de uma ação articulada para promover a empregabilidade de adolescentes e jovens egressos de unidades de acolhimento institucional.
O programa Novos Caminhos tem como objetivo viabilizar a empregabilidade de adolescentes e egressos das unidades de acolhimento, por meio de capacitação e da articulação com instituições públicas e privadas, visando a sua inclusão no mercado de trabalho, propiciando, assim, uma vida plena, cidadã e independente para esses jovens.
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A cerimônia de lançamento reuniu membros do Poder Judiciário estadual, e também de representantes de instituições parceiras do Sistema de Justiça de Pernambuco, colaboradores, equipes técnicas, adolescentes e empresas cidadãs que ajudaram a iniciar o projeto.
O Novos Caminhos integra o Programa Nacional Permanente de Apoio à Desinstitucionalização de Crianças e Adolescentes Acolhidos e Egressos, criado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2024, a partir da experiência pioneira do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC).
O presidente do TJPE, o desembargador Ricardo Paes Barreto, explicou como surgiu a ideia de implementar a iniciativa.
"Nós identificamos que, aqui em Pernambuco, como em todo o país, crianças que saem dos abrigos, os chamados egressos, muitas vezes, quando completam a idade, não tem família e nem para onde ir. E nós não tínhamos uma ação de encaminhamento desses jovens, e esse projeto vem exatamente nessa linha. Buscando criar vagas de emprego, oportunidades, treinamento, para que esses egressos possam ter dignidade e um espaço melhor mais para frente", assertiu o desembargador.
O presidente do TJPE, o desembargador Ricardo Paes Barreto. Foto: Davi de Queiroz/Folha de Pernambuco.
"O TJPE, pela coordenadoria da infância e juventude, sempre teve uma grande preocupação com os jovens que estão acolhidos e não tem a possibilidade de retornar para sua família de origem, nem encontraram uma família por adoção. São jovens que precisam continuar a sua vida profissional, ter formação, educação, uma vida saudável, empregabilidade, buscar um futuro onde eles possam trabalhar, onde eles possam ter carteira assinada e ter subsistência própria, pois o desenvolvimento social se dá com empregabilidade", completou o coordenador da Infância e Juventude, o desembargador Élio Braz Mendes.
O coordenador(a) da Infância e Juventude, o desembargador Élio Braz Mendes. Foto: Davi de Queiroz/Folha de Pernambuco
Parceira na iniciativa, a Associação dos Amigos da Justiça de Pernambuco (AAJUPE), atuará na busca ativa por novas oportunidades de emprego e capacitação para potencializar a empregabilidade e profissionalização dos jovens egressos.
À frente dessa mobilização, a presidente da associação, Sandra Paes Barreto, também celebrou o lançamento do programa.
"Esse projeto muito nos comoveu. Desde o ano passado, quando eu soube da história desses menores que iriam à rua, que foram rejeitados por três três vezes, rejeitados ao nascer, rejeitados pela sociedade, e mais uma vez rejeitados porque não foram adotados. Então, isso não é um problema meu, é um problema nosso, é um problema social que nós temos que agarrar com propósito para ajudar o próximo. O Novos Caminhos é apenas uma consolidação, de que realmente nós temos que nos abraçar para dar-lhes uma vida melhor, digna".
A presidente da AAJUPE, Sandra Paes Barreto. Foto: Davi de Queiroz/Folha de Pernambuco
Vitória Adriana da Silva, de 18 anos, está se preparando para sair da casa de acolhimento onde viveu por quatro anos. Para ela, o programa lhe deu uma nova expectativa de vida.
"Está sendo muito importante para a minha vida, porque eu tô tendo minha autonomia, vou começar a morar sozinha, tô comprando os meus móveis, além do aprendizado da empresa que eu vou começar a trabalhar. Tudo isso é muito importante. Esse programa foi uma coisa muito maravilhosa, não só para mim, mas acredito que para outros jovens também. Porque, agora, o meu caminho vai ser outro", afirmou Vitória.
Vitória Adriana da Silva, de 18 anos, egressa do acolhimento. Foto: Davi de Queiroz/Folha de Pernambuco


O presidente do TJPE, o desembargador Ricardo Paes Barreto. Foto: Davi de Queiroz/Folha de Pernambuco.
O coordenador(a) da Infância e Juventude, o desembargador Élio Braz Mendes. Foto: Davi de Queiroz/Folha de Pernambuco
A presidente da AAJUPE, Sandra Paes Barreto. Foto: Davi de Queiroz/Folha de Pernambuco
Vitória Adriana da Silva, de 18 anos, egressa do acolhimento. Foto: Davi de Queiroz/Folha de Pernambuco