Seg, 22 de Dezembro

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UE insta Israel a abandonar plano de construir novos assentamentos na Cisjordânia

A ONU também havia pedido a Israel que não implementasse esse projeto, chamado E1, que, segundo seus críticos, dividiria a Cisjordânia em duas

Policiais israelenses montam guarda perto do assentamento de Maale Adummim, em um corredor terrestre conhecido como E1, nos arredores de Jerusalém, na Cisjordânia ocupadaPoliciais israelenses montam guarda perto do assentamento de Maale Adummim, em um corredor terrestre conhecido como E1, nos arredores de Jerusalém, na Cisjordânia ocupada - Foto: Menahem Kahana / AFP

A chefe da diplomacia da União Europeia instou, nesta quinta-feira (14), Israel a "desistir" de seu plano, anunciado pelo ministro das Finanças, de construir milhares de moradias em uma zona particularmente controversa da Cisjordânia ocupada.

"A decisão das autoridades israelenses de avançar com o plano de assentamento E1 mina ainda mais a solução de dois Estados e constitui uma violação do direito internacional", disse Kaja Kallas em comunicado.

"A UE insta Israel a desistir de levar adiante essa decisão, considerando suas implicações de grande alcance", acrescentou.

O ministro das Finanças israelense, Bezalel Smotrich, de extrema direita, pediu, nesta quinta-feira, a aceleração de um projeto-chave para a construção de 3.400 moradias na Cisjordânia e a anexação desse território palestino ocupado por Israel, em resposta aos anúncios de vários países de reconhecer um Estado palestino.

A ONU também havia pedido a Israel que não implementasse esse projeto, chamado E1, que, segundo seus críticos, dividiria a Cisjordânia em duas e impediria definitivamente a criação de um eventual Estado palestino.

"Aqueles que hoje querem reconhecer um Estado palestino receberão uma resposta da nossa parte no terreno (...) Com fatos concretos: casas, bairros, estradas e famílias judias que constroem suas vidas", declarou Smotrich.

"Neste dia importante, conclamo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a aplicar a soberania israelense na Judeia e Samaria, a abandonar definitivamente a ideia de uma partição do país e a garantir que, até setembro, os hipócritas líderes europeus já não tenham nada para reconhecer", disse.

O ministro Smotrich se referia ao nome bíblico da Cisjordânia usado por israelenses.

Israel ocupa a Cisjordânia desde 1967. Cerca de três milhões de palestinos vivem ali, junto com aproximadamente 500 mil israelenses instalados em colônias consideradas ilegais segundo o direito internacional.

"Se reconhecerem um Estado palestino em setembro, nossa resposta será a aplicação da soberania israelense sobre todas as partes da Judeia e Samaria", advertiu.

O ministro falou durante um evento organizado na colônia de Maalé Adumim, para revisar o andamento do projeto E1.

A Autoridade Palestina, com sede em Ramala, na Cisjordânia, "condenou firmemente" esse projeto e "fez um apelo por uma intervenção internacional e sanções para impedir sua implementação".

"A construção na zona E1 é uma continuação dos planos de ocupação destinados a aniquilar qualquer possibilidade de estabelecer o Estado palestino", afirmou.

A ONG israelense contra a colonização, Paz Agora, denunciou um "plano fatal para o futuro de Israel e para qualquer possibilidade de uma solução de dois Estados" para o conflito israelense-palestino.

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