Após receber salvo-conduto para vir ao Brasil, ex-primeira-dama do Peru pede refúgio para permanecer
Ela foi condenada em um caso relacionado à prática de caixa 2 envolvendo a empreiteira Odebrecht
Ao desembarcar em Brasília, nesta quarta-feira, a ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, solicitou à Polícia Federal (PF) o reconhecimento da condição de refugiados para ela e seu filho, menor de idade.
A partir de agora, ambos deverão aguardar a deliberação do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), órgão vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública competente para decidir sobre os pedidos de refúgio.
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Na última terça-feira, após ser condenada, junto com o marido, o ex-presidente peruano Ollanta Humala, a 15 anos de prisão pela Justiça de seu país em um caso relacionado à prática de caixa 2 envolvendo a empreiteira Odebrecht.
Heredia pediu asilo político à Embaixada do Brasil em Lima, com base na Convenção sobre Asilo Diplomático de 1954 (Convenção de Caracas). No mesmo dia, a chancelaria do Peru concedeu salvo-conduto para garantir o trânsito dos dois ao Brasil.
Segundo o Ministério da Justiça, assim que recebeu a solicitação de refúgio, a Polícia Federal emitiu os registros que autorizam a estada em território brasileiro até a decisão final do processo. Heredia e seu filho devem aguardar o fim do processo em São Paulo.
Heredia e Humala foram acusados de receber fundos da Odebrecht, agora conhecida como Novonor, durante a campanha eleitoral de 2011, quando o ex-presidente saiu vitorioso. Ilán Heredia, irmão de Nadine, recebeu uma pena de 12 anos de prisão.
Nos primeiros dois anos do governo Lula, o Brasil recebeu 126.787 solicitações de refúgio e reconheceu 90.904 pessoas como refugiadas.

