Cármen Lúcia dá bronca em advogado de Ramagem e diz que "processo eleitoral é amplamente auditável"
Presidente do TSE, ministra interrompeu defensor para reafirmar lisura do voto eletrônico
A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), interrompeu o advogado Paulo Renato Garcia Cintra Pinto, que defende o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem, para dizer que "processo eleitoral é amplamente auditável".
Atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a ministra demonstrou incômodo após o defensor citar as dúvidas levantadas por seu cliente à lisura do sistema eleitoral.
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— Vossa senhoria sabe a distinção entre processo eleitoral auditável e voto impresso. Repetiu como se fosse sinônimo, e não é, porque o processo eleitoral é amplamente auditável no Brasil, passamos por auditoria — disse a ministra quando o advogado encerrava sua participação no julgamento.
Cármen Lúcia justificou a intervenão para que não ficasse a impressão "em quem assiste" ao julgamento que as urnas eletrônicas não são auditáveis.
— O que se fez é dizer o tempo todo é que tem que ter o voto impresso, que tem a ver com o segredo do voto, o direito do cidadão de votar de acordo com o que pensa e ninguém saber disso. Outra coisa é a auditabilidade, que existe desde 1996. Vossa senhoria usou com muita frequência como se fosse a mesma coisa e não é — disse a ministra Cármen Lúcia.

