Com morte de Fuad, Belo Horizonte ficará seis anos sem vice-prefeito
Álvaro Damião (União) tomará posse definitivamente no próximo dia 3
Após a morte do prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), nesta quarta-feira, o vice-prefeito e atual interino, Álvaro Damião (União Brasil), assumirá definitivamente o cargo no próximo dia 3. A data foi escolhida em respeito ao luto oficial de oito dias decretado pela prefeitura.
Damião, que ocupava o posto de vice interino desde janeiro, chega ao comando da cidade de forma inesperada, assim como Fuad há três anos. Em 25 de março de 2022, o então prefeito Alexandre Kalil renunciou ao mandato para disputar o governo de Minas Gerais. Quatro dias depois, Fuad assumiu a prefeitura.
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A eleição de 2020 marcou a estreia de Fuad Noman nas urnas, após uma longa trajetória como servidor público e articulador político, tendo ocupado cargos nos governos de Aécio Neves e Antonio Anastasia. Durante os dois anos em que esteve à frente da prefeitura, governou sem um vice e sob pressões na Câmara Municipal. Para garantir a governabilidade, entregou secretarias ao grupo político do secretário estadual de Governo, Marcelo Aro (PP). Além disso, enfrentou a oposição do então presidente da Câmara, Gabriel Azevedo (MDB), que chegou a disputar a eleição municipal no ano passado, ficando em quarto lugar.
Agora, Álvaro Damião assume em um cenário semelhante. A cidade continuará sem vice-prefeito, acumulando seis anos de vacância no cargo, e ele enfrentará desafios políticos similares. Hoje, a presidência da Câmara é ocupada por Juliano Lopes (Podemos), aliado de Marcelo Aro, com quem Damião já teve atritos.
Nas eleições da Mesa Diretora da Câmara, Damião contrariou a orientação de Fuad, que havia optado por não interferir na disputa, e apoiou Bruno Miranda (PDT), então líder do governo. O resultado foi uma derrota política para a gestão e o desgaste da relação com o Legislativo.
Segundo a Lei Orgânica do município, na ausência do prefeito, o vice assume o mandato, e o próximo na linha sucessória é o presidente da Câmara. Assim como Fuad, Damião deve evitar se ausentar do cargo para não abrir caminho para seu sucessor natural, uma vez que não possui alinhamento político com Lopes, assim como Fuad não tinha com Gabriel Azevedo.
Fuad Noman morreu por complicações de um câncer, do qual foi curado no ano passado. Ele deixou sua companheira há 52 anos, a primeira-dama Mônica Drummond, além de dois filhos e quatro netos. Ao longo dos quase três meses hospitalizado, chegou a deixar a UTI, e passar períodos sem ventilação mecânica, mas na noite desta terça-feira, sofreu uma parada cardiorespiratória e precisou ser reanimado. Nesta quarta-feira, veio à óbito.

