Sáb, 06 de Dezembro

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Congresso Nacional

CPI do INSS: governistas admitem falta de articulação e tentam acordo para a vice-presidência

Lideranças como Eliziane Gama (PSD-MA) afirmam, contudo, que o diálogo com Carlos Viana para pautar requerimentos é mais importante

Carlos VianaCarlos Viana - Foto: Saulo Cruz/Agência Senado

Integrantes da base do governo federal reconheceram dificuldades na articulação para eleger o comando da CPI do INSS, instalada nesta quarta-feira (20) no Congresso Nacional. O senador Omar Aziz (PSD-AM), favorito e apoiado pelo Planalto e pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), foi derrotado por Carlos Viana (Podemos-MG), eleito presidente por 17 votos a 13.

O resultado refletiu a ausência de parlamentares governistas e a ascensão de suplentes do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, que votaram no lugar de titulares da base.

— Temos maioria da composição e esta CPI não vai ser palanque da oposição. Isto está longe de ser uma tragédia para o governo, queremos investigação. Mas tivemos uma circunstância regimental. Os três primeiros suplentes são do PL, que ascenderam e fizeram a diferença. Não contávamos que o deputado Rafael, do MDB, estaria fora do Brasil, por exemplo. Esta situação será contornada. Teremos maioria e a CPI não será palco para likes da oposição — afirmou o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP).

O cenário de falta de articulação ficou evidente com a lista de ausentes: os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Cid Gomes (PDT-CE), além dos deputados Rafael Brito (MDB-AL), Mário Heringer (PDT-MG), Romero Rodrigues (Podemos-PB) e Bruno Farias (Avante-MG).

O deputado Rogério Correia (PT-MG), suplente da comissão, detalhou a dinâmica que favoreceu a oposição:

— Dois nossos não vieram e votaram suplentes do PL, pela ordem da proporcionalidade segundo regimento do Senado; 17 a 14; 15 a 16 ganharíamos. O plano de reação está em formatação. A vice pode ser uma opção.

Governistas se reuniram ainda nesta tarde para definir estratégias de atuação na CPI. Participam do encontro Randolfe Rodrigues e os deputados Paulo Pimenta (PT-RS) e Lindbergh Farias (RJ), líder do PT na Câmara. Parte da ala defende que a indicação do vice-presidente da comissão possa ser uma forma de resposta política, ainda que reconheça que a função não tenha efeito prático. A definição ficou para a próxima sessão.

A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) destacou que a prioridade deve ser o acordo com a presidência da comissão:

— Temos que aceitar a derrota e ir para os requerimentos. Nós temos maioria, mas o pessoal tem que vir. O grande complicador será que a pauta é definida pelo presidente. Vamos ter que buscar alguma forma, tentar forçar acordo. O presidente Carlos Viana é de oposição, mas não mostra um radicalismo.

Alencar Santana (PT-SP) explicou que a ascensão dos suplentes seguiu a regra do regimento:

— O suplente é por ordem do bloco e os três primeiros suplentes são do PL na Câmara, por ser o maior partido. Rafael Brito estava em missão, Mário e Romero estavam fora.

A estratégia dos parlamentares governistas será associar as fraudes a gestões anteriores e evitar embates em pontos sensíveis, como possíveis convocações do ministro da Previdência, Carlos Lupi, de seu antecessor Wolney Queiroz, do presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, e do ex-chefe Alessandro Stefanutto, que ainda serão discutidos nos próximos encontros da comissão.

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