Dom, 07 de Dezembro

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Justiça

Empresário de Angra e deputado do PL pedem a Moraes para visitar Bolsonaro, preso em casa

Ex-presidente está preso em casa por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF

Jair Bolsonaro com empreiteiro Renato de Araújo Corrêa, que foi candidato a prefeito de Angra dos Reis (RJ), no último domingo (3)Jair Bolsonaro com empreiteiro Renato de Araújo Corrêa, que foi candidato a prefeito de Angra dos Reis (RJ), no último domingo (3) - Foto: Reprodução/Redes Sociais

O Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu nesta terça-feira os primeiros pedidos de visita ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), preso em casa desde a última segunda-feira por determinação do ministro Alexandre de Moraes.

Um dos pedidos é do empreiteiro Renato de Araújo Corrêa, que foi candidato a prefeito de Angra dos Reis (RJ), onde Bolsonaro possui uma casa. O outro é do deputado federal Marcelo Moraes (PL-RS).

Foi Renato que supervisionou a obra da reforma de sua casa em Angra. Em dezembro do ano passado, O Globo mostrou que a Polícia Federal encontrou um contrato de R$ 900 mil para a reforma da casa de Bolsonaro durante uma operação de busca e apreensão na investigação que apura uma tentativa de golpe de Estado em 2022. O pagamento foi feito em Pix.

Ao analisar o contrato, a PF destacou em um relatório que “chama a atenção o fato de a reforma estar orçada na vultuosa quantia de R$ 900 mil, ao passo que, na declaração de bens de Bolsonaro, nas eleições de 2022, a residência estava avaliada em R$ 98.500”, em referência à informação prestada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na tentativa de reeleição.

Durante agendas em Angra em janeiro, Bolsonaro levou Renato Araújo a compromissos políticos e disse em entrevista a um podcast local que o lançará como candidato a deputado estadual ou federal.

— Ele é um empresário bem-sucedido. Essa experiência que ele tem, de boa gestão, é bom entrar na política. Vai ser a escolha dele, federal ou estadual em 2026 — disse.

No pedido feito ao Supremo, Renato disse ser amigo pessoal do ex-presidente, "com quem mantém relação de fraterna amizade, inclusive sendo próximo da família Bolsonaro".

"Ressalta-se que o requerente nunca exerceu cargo público, não figura como investigado nos autos, tampouco responde a qualquer persecução penal relacionada aos fatos que ensejaram a prisão domiciliar do ex-presidente, tratando-se, pois, de terceiro estranho à lide principal", pontuou no pedido.

Já o deputado federal afirmou que a solicitação "tem caráter estritamente institucional e humanitário, sendo motivada pela relevância do papel público exercido pelo ex-chefe de Estado e pela atual condição excepcional a que está submetido".

O ministro Moraes determinou a prisão de Bolsonaro por "reiterado descumprimento de medidas cautelares". Ele afirmou que o ex-presidente "ignorou e desrespeitou" a Corte e justificou a medida com base na participação remota de Bolsonaro por telefone na manifestação contra o STF e a favor da anistia que reuniu apoiadores em Copacabana, na Zona Sul do Rio, no domingo.

Uma das cautelares impostas pelo ministro em decisão anterior foi a proibição de utilização de redes sociais, diretamente ou por intermédio de terceiros.

"O flagrante desrespeito às medidas cautelares foi tão óbvio que, repita-se, o próprio filho do réu, o senador Flávio Nantes Bolsonaro, decidiu remover a postagem realizada em seu perfil, com a finalidade de omitir a transgressão legal", escreveu Moraes.

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