Leite é ingrediente básico na cozinha
O Dia Internacional do Leite, comemorado em 1º de junho, reforça a importância de um ingrediente indispensável na culinária mundial
Não é de se estranhar que um ingrediente lembrado como primeiro alimento na infância tenha uma data só sua no calendário gastronômico mundial. O Dia Internacional do Leite, comemorado no 1º de junho, reforça em diversos países a importância de consumir o chamado ouro branco, a partir de benefícios que vão da bebida in natura aos seus derivados.
A data foi criada há 18 anos pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, da sigla em inglês FAO. Eles escolheram o início de junho por ser uma época em que boa parte da União Europeia já utilizava esse período do ano para incentivar o consumo, principalmente entre as crianças. Não à toa, trata-se de um alimento que, na versão de leite materno, fornece nutrientes essenciais para o desenvolvimento dos bebês logo nos seus primeiros seis meses de vida, através do aporte de vitaminas, gorduras e proteínas.
Com o passar do tempo, esse leite vai sendo substituído por outros alimentos naturais que regulam o bom funcionamento do corpo. Mesmo assim, já notou que ao longo da vida não deixamos de consumir o tal líquido branco? Seja ele no copo do café da manhã ou naquele preparo culinário de fim de semana, lá está fazendo a diferença na rotina de qualquer faixa etária. Segundo a a nutricionista Munique Gomes, a vantagem desse hábito está no aproveitamento de minerais essenciais, como o cálcio, grande influenciador na saúde dos ossos. “Isso sem falar que ele atua no processo de emagrecimento, através da saciedade, na formação dos tecidos celulares e no auxílio da proteção do Sistema Nervoso Central, por conta das vitaminas do complexo B e da oxigenação das células”, resume.
Ainda segundo a especialista, o ideal é que o consumo diário de cálcio esteja entre 800 e 1200 mg/dia, sem esquecer que outras fontes alimentares também são ricas do mesmo nutriente. Para ter uma ideia, cada 100 ml de leite tem cerca de 140 mg de cálcio. No comparativo com outros itens, um copo cheio equivale a 320g de brócolis ou 275g de couve.
Animal ou vegetal?
Essa é a pergunta que muita gente tem feito desde o aumento do público vegano e de pessoas alérgicas à proteína do leite de vaca. Segundo os profissionais de saúde, quando proveniente de animal, o leite integral concentra 3% de gordura, enquanto o desnatado tem em média 0,5%. Embora seja mais leve e indicado para quem controla o peso, esse último não contém as vitaminas A e D, a exemplo da primeira versão.
Mas, quando o assunto é extração a partir de sementes, a empresária Elizabeth Cardeal, da cafeteria Orgânico 22, garante que essa é uma carta na manga para quem tem algum tipo de restrição, reunindo benefícios em meio ao sabor suave das oleaginosas. “O leite de aveia regula o funcionamento do intestino. Já o de amendoim atua como antioxidante. Enquanto o de amêndoas tem vitamina E e cálcio, e o de coco combate o colesterol ruim”, diz ela que, embora não seja vegana, aboliu o consumo do item derivado de animal por acreditar na melhor digestibilidade.
Ainda de acordo com Cardeal, também não há mistérios em relação às preparações gastronômicas, basta ficar atento na textura e no tempo diferenciado de demolho - processo que transforma a semente em leite. “Opções que vêm do coco, do amendoim e da castanha são ótimas para cremes. Amêndoas, com seu sabor suave, caem bem na preparação de lattes”, aponta.
Na cozinha, um versátil
A quantidade de receitas à base de leite não cabe nos dedos. A maioria das preparações que você certamente lembrou agora necessita do ingrediente que promove uma mistura completa e uma perfeita homogeneização. Ou seja, as proteínas desse líquido branco agem como um emulsificante para a formação de texturas.
Segundo o chef Leandro Ricardo, são benefícios que o povo oriental espalhou para o mundo e, hoje, inclui a função de dar toque aveludado a receitas doces e salgadas. “Fora que existe a referência afetiva do período materno, que nos leva a utilizar cada vez mais esse insumo na cozinha”, diz ele, antes de adiantar a importância de saber diferenciar as opções existentes no mercado. “ O tipo A é produzido numa única fazenda, enquanto o B faz o cruzamento com outros produtores, e por aí vai. Além disso, temos o creme de leite, considerado um item mais gorduroso do que o normal, e o leite condensado e seu alto teor de açúcar”, ensina.
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O molho béchamel, como é conhecido o creme branco italiano popularizado na França, serve de base para rechear massas, acompanhar aves e legumes ou preparar suflês. “É uma espécie de leite aromatizado com especiarias e ervas, que ainda recebe um espessante natural chamado roux, à base de manteiga e farinha de trigo”, destaca. Eis o item indispensável das lasanhas de fim de semana e do creme de galinha que recheia o empadão.
No Nordeste, também é comum fazer um pirão enriquecido com manteiga, queijo de coalho e farinha, que acompanha perfeitamente as proteínas salgadas, como a carne de sol e o charque. “Porque ele dá a umidade necessária a esse tipo de alimento. Não à toa, o leite in natura já é utilizado na cozinha de todas as partes para amaciar carnes mais rígidas”, acrescenta.
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