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MÚSICA

Com indicação ao Grammy Latino, Fitti se apresenta nesta sexta (17) no Rec'n'Play

O artista trans pernambucano tem show marcado para as 18h, no Palco Pernambuco Meu País

FittiFitti - Foto: Duda Portela/Divulgação

Atualmente vivendo entre Recife e São Paulo, e com uma agenda de shows que vem repercutindo uma ascensão em sua trajetória, o cantor e compositor recifense Fitti tem um compromisso importante no próximo dia 13 de novembro: participar, em Las Vegas, da cerimônia do 26º Grammy Latino, ao qual concorre, neste ano, com seu álbum “Transespacial”.

Bem antes disso – para ser mais exato, hoje (17) – o artista tem um outro compromisso, desta vez com sua cidade natal: Fitti se apresenta, às 18h, no Rec’n’play, no Palco Pernambuco Meu País, no Bairro do Recife.

O show terá as participações de Mayara Pera e Juliano Holanda, que também integra a banda que acompanhará Fitti hoje: Juliano Holanda (guitarra), Milla Bigio (percussão), Bráulio Araújo (baixo) e Lucas Araújo (bateria).

Transespacial
Artista trans masculino, Fitti, hoje com 28 anos de idade, começou a cantar aos 14. Também compõe e é ator, e sua trajetória artística se confunde com as vivências de sua trajetória pessoal, de sua vida. O seu álbum de estreia, “Transespacial”, é fruto disso.

Lançado em 29 de novembro de 2024 – às vésperas de ainda completar um ano —, o álbum, produzido por Zé Nigro, foi indicado ao Grammy Latino 20025, na categoria “Melhor Álbum de Música de Raízes em Língua Portuguesa”. 

“Eu sinto que só de alguns dias para cá a ficha foi caindo, porque tive que ir atrás de passaporte, de visto, pois eu nunca saí do país antes na vida. Eu tô meio extasiado com tudo isso. É, realmente, uma magia pura dentro de mim”, conta Fitti.

Ser artista
“Transespacial” tem nove faixas e as participações de Amanda Magalhães e Cosme Vieira. No álbum, Fitti trafega pelo reggae, forró, rock, pop, disco music, expondo essa diversidade típica dos artistas daqui, e aborda a própria existência, suas emoções e complexidades, em uma sociedade que ainda está compreendendo essa diversidade de formas de ser.

“Eu coloquei muito nesse disco a verdade da minha história de vida, das minhas vivências, de quem eu sou: uma pessoa trans masculina, que, no meio desse parto, dessas criações, dessas músicas que foram compostas anos após anos, também atravessei e sigo atravessando e seguirei atravessando eternamente um processo de transição de gênero”, diz.

A faixa que abre o álbum, “Ser artista”, reflete, de forma crítica sobre essas questões, quando o fato de ser trans gera estranhamento: “Por um tempo, quando eu estava entendendo, identificando a minha transexualidade, eu escutei de pessoas próximas que eu era quase um ser intergaláctico, que eu era quase um ET”, lembra Fitti. “E eu trago uma crítica a isso. Então, por que eu não estou dentro desse seu padrão, desse seu sistema, eu sou então um ser intergaláctico?

Fitti canta Ney
Além da indicação ao Grammy Latino por “Transespacial”, Fitti está com um outro projeto musical em andamento: um projeto cantando repertório de Ney Matogrosso, uma das referências do artista. 

Com direção artística de Marcus Preto e direção musical de Pupillo, a iniciativa renderá uma turnê com shows e o lançamento de um álbum. Um single já está engatilhado para ser lançado, em breve: a versão de Fitti para “Postal de Amor” (Raimundo Fagner/Fausto Nilo/Raimundo Bezerra), gravada por Ney em seu álbum “Pecado” (1977).

“Sempre me identifiquei muito com Ney. Apesar de ele não ser uma pessoa trans, é uma pessoa que quebra várias barreiras de gênero. Ele veio chutando a porta, quebrando a percepção dessa masculinidade bruta, dessa masculinidade patriarcal. E ele segue fazendo isso”. 

SERVIÇO
Show de Fitti no Rec’n’Play
Quando: Sexta (17), às 18h
Onde: Palco Pernambuco Meu País - Av. Alfredo Lisboa, espaço entre o Centro de Artesanato e o Cais do Sertão, Bairro do Recife - Recife-PE
Acesso gratuito
Instagram: @fitti_____

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