Marcélia Cartaxo sofre com a "eterna espera" pelo amor do passado em "A praia do fim do mundo"
Filme de Petrus Cariry chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (4)
Homenageada recentemente no Festival de Cinema de Gramado com o Troféu Oscarito pelo conjunto de sua obra, Marcélia Cartaxo chega nesta quinta-feira (4) aos cinemas como protagonista do drama “A praia do fim do mundo”, do cineasta e fotógrafo Petrus Cariry, conhecido pelos trabalhos em “Mãe e filha” (2011) e “Mais pesado é o céu” (2023).
Na trama, a atriz interpreta Helena, uma mulher que mora com a filha, Alice (Larissa Góes) em uma casa castigada pelas ressacas do mar, que insiste em avançar. Enquanto a jovem sonha em deixar o local, a mãe deseja permanecer, sempre à espera de algo que viveu no passado.
— Eu conhecia o trabalho do Petrus e queria muito trabalhar com ele. Ele trabalha sempre com poucos personagens e todos com uma densidade muito grande. Ele gosta de trabalhos profundos, em que pode explorar os silêncios dos personagens, os sons dos ambientes — conta Marcélia.
A atriz revela o interesse em registrar o vazio na vida dessa mulher, que cresceu em uma casa abastada, com muitas pessoas, e que acabou ficando no local.
— É sobre uma eterna espera. Sobre uma mulher que se apaixonou por este homem que sempre ia para o mar e voltava, só que um dia não voltou. Foi um prazer incrível ter vivido essa personagem de sentimentos tão fortes.
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O filme chega ao circuito comercial após longa trajetória em festivais no Brasil e no mundo, onde recebeu mais de 20 prêmios, incluindo melhor filme da crítica no Cine Ceará - Festival ibero-americano de cinema de 2021 e no Festival Guarnicê de Cinema de 2023. Além de protagonista, Marcélia se revela uma admiradora do longa. Envolvida com a fotografia de Petrus, ela sonha em chamá-lo para ser o cinematografista do longa que pretende dirigir no futuro.
O diretor cearense também é só elogios a sua protagonista:
— Trabalhar com Marcélia Cartaxo foi uma daquelas experiências que a gente guarda com carinho na memória e no coração. Desde o primeiro encontro, ficou claro que ela é dessas atrizes que vêm com a alma inteira para a cena. Marcélia não "faz" um personagem, ela se transforma, se entrega, se mistura de um jeito tão verdadeiro que, às vezes, a gente até esquece que está dirigindo. Ela tem um tempo próprio, uma escuta atenta que transforma o set em um espaço vivo e cheio de possibilidades.

