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POLÊMICA

Nicki Minaj enfrenta onda de cancelamento após elogiar Donald Trump

Apoio ao presidente dos Estados Unidos e aproximação com pautas conservadoras geram críticas de fãs e reações de artistas

Nicki Minaj participou de evento conservador promovido pelo grupo Turning Point USANicki Minaj participou de evento conservador promovido pelo grupo Turning Point USA - Foto: Olivier Touron/Divulgação

Nicki Minaj passou a enfrentar uma forte onda de cancelamento nas redes sociais após elogiar publicamente o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e se aproximar de pautas associadas ao conservadorismo americano.

A reação ganhou força depois de a rapper participar de um evento promovido pelo grupo Turning Point USA, quando afirmou admirar Trump e o vice-presidente JD Vance, dizendo que ambos seriam exemplos de liderança e que conseguem dialogar com “pessoas comuns”.

A rapper também apareceu publicamente ao lado de Erika Kirk, viúva do ativista conservador Charlie Kirk, em um evento ligado a grupos da direita americana, gesto que ampliou a percepção de alinhamento político e intensificou a repercussão negativa nas redes sociais.

Durante a participação no AmericaFest, principal convenção anual do Turning Point USA, Nicki Minaj dividiu o palco com Erika Kirk, viúva de Charlie Kirk, assassinado no início do ano num debate com estudantes na Universidade Utah Valley. A presença das duas lado a lado reforçou a associação da rapper com o movimento conservador e ampliou a repercussão negativa em torno de sua imagem pública.

A reação entre fãs foi imediata. Usuários anunciaram boicotes, deixaram de segui-la nas redes sociais e passaram a questionar a coerência do posicionamento adotado com a trajetória construída ao longo da carreira.

Minaj, que durante anos esteve associada a pautas ligadas à diversidade, à comunidade LGBTQIA+ e a debates raciais, passou a ser acusada de se alinhar a discursos considerados excludentes. O desgaste se intensificou após falas e publicações interpretadas como transfóbicas, reacendendo críticas antigas e ampliando o alcance da controvérsia.

A guinada política também provocou reações de artistas e personalidades públicas. A cantora Kim Petras publicou mensagens em defesa de crianças trans logo após declarações de Minaj ganharem repercussão negativa, em um gesto interpretado como resposta indireta.

Tammy Rivera criticou a participação da rapper em eventos conservadores e questionou as motivações por trás do discurso adotado. O comediante D.L. Hughley também se manifestou, rebatendo as declarações de Minaj e apontando contradições entre o discurso atual da artista e sua trajetória dentro da cultura hip hop.

Especialistas em cultura pop avaliam que o episódio evidencia os riscos de um reposicionamento político em um cenário altamente polarizado. Para críticos, a postura pode afastar parte significativa de sua base de fãs e impactar parcerias na indústria do entretenimento.

— Nicki Minaj sempre foi associada a domínio, independência e à recusa em prestar contas a quem quer que seja — disse à AFP o especialista em marcas de celebridades Jeetendr Sehdev. — Alinhar-se à energia em torno de Donald Trump não tem a ver com política, mas com liberdade de expressão, resistência ao cancelamento e afirmação de autonomia.

A aproximação com o movimento Maga (Make American Great Again) ganhou força durante a pandemia de covid-19, quando Minaj questionou a segurança das vacinas e se recusou a se imunizar. Em novembro de 2025, ela fez ainda uma aparição surpresa na ONU para afirmar que "cristãos estão sendo atacados" na Nigéria, acusação rejeitada pelas autoridades do país, mas repetida com frequência por Trump. (com informações da AFP)

* Estagiário sob a supervisão de Gustavo Alves

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