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TEATRO

"O Cravo e a Rosa" ganha adaptação para o teatro, que chega ao Recife para três apresentações

Espetáculo baseado na novela de Walcyr Carrasco traz Paloma Bernardi e Marcelo Faria interpretando Catarina e Petruchio

Paloma Bernardi e Marcelo Faria protagonizam "O Cravo e A Rosa - O Espetáculo"Paloma Bernardi e Marcelo Faria protagonizam "O Cravo e A Rosa - O Espetáculo" - Foto: Antônio Filho/Divulgação

“O Cravo e a Rosa”, novela de Walcyr Carrasco exibida originalmente entre 2000 e 2001, tem um lugar cativo na memória afetiva de muitos telespectadores, que agora têm a oportunidade de revisitar a história no teatro. Adaptada para os palcos, a obra aporta no Teatro Luiz Mendonça, com sessões desta sexta-feira (30) até domingo (1°).

O espetáculo tem direção de Pedro Vasconcelos e produção de Marcelo Faria, que também protagoniza a montagem ao lado de Paloma Bernardi. Os dois interpretam Petruchio e Catarina (vividos na televisão por Eduardo Moscovis e Adriana Esteves), um rude fazendeiro e uma jovem rica temperamental jovem rica, que vivem um relacionamento “entre tapas e beijos”.

Em entrevista à Folha de Pernambuco, Paloma relembrou que, antes de ser atriz, foi telespectadora de “O Cravo e a Rosa”. “Eu assistia quando era mais nova, e lembro bem do quanto a história me envolvia, aquele embate entre Catarina e Petruchio, os diálogos afiados, o humor leve e inteligente”, apontou.
 

O enredo de “O Cravo e a Rosa” é livremente inspirado em “A Megera Domada”, clássico do dramaturgo inglês William Shakespeare. Ambientada na São Paulo do final da década de 1920, a peça mistura comédia romântica e crítica social, abordando a luta por igualdade de gênero.

A versão para o teatro foca nos núcleos principais da trama, explorando os contrastes entre o universo rural e a cidade grande. Endividado, Petruchio vê no casamento com Catarina, filha de um banqueiro, a possibilidade de salvar sua fazenda. A jovem feminista, no etanto, não se dobra diante do jeito machista do pretendente.

Para Paloma, o equilíbrio entre humor e assuntos mais profundos é o que torna a história cativante até hoje. “A trama fala de amor, liberdade, empoderamento, tudo isso com leveza, com graça. E isso continua muito atual. A figura da mulher que não se encaixa nos padrões, que luta por sua voz, sua autonomia - isso ressoa hoje mais do que nunca”, ponderou.

O humor “pastelão”, característica marcante da novela, segue preservado e ganha ainda mais força no ambiente teatral. “O teatro permite que a gente brinque com o tempo, com o exagero, com a fisicalidade dessas cenas. Eu me divirto muito, porque é um tipo de humor que exige precisão e ritmo, mas também liberdade”, analisou a atriz.

Além dos protagonistas, o elenco conta com nomes como João Camargo, Catarina de Carvalho, Rosana Dias, Marcello Gonçalves, Carlos Félix e John Garita. Filha da pernambucana Dil Bernardi, artista plástica e ex-bailarina do Balé Popular de Recife, Paloma classifica o reencontro como algo que a toca profundamente.

“Tem algo de muito íntimo, de raiz mesmo. Minha mãe sempre me trouxe essa força nordestina, essa paixão pela arte, pela cultura popular. Estar aqui, com esse espetáculo, é como honrar essa herança, essa ancestralidade”, revelou.

Serviço:
“O Cravo e a Rosa - O Espetáculo”
Quando: nesta sexta-feira (30) e sábado (31), às 20h; e no domingo (1°), às 18h
Onde: Teatro Luiz Mendonça (Parque Dona Lindu - Av. Boa Viagem, s/n, Boa Viagem, Recife)
Ingressos por R$ 100 e R$ 50 (meia), à venda no site do teatro 
Instagram: @ocravoearosaumespetaculo

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