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CINEMA

"O Último Episódio": mito do capítulo secreto de "A Caverna do Dragão" inspira filme brasileiro

Com direção e roteiro de Maurilio Martins, longa-metragem estreia nos cinemas nesta quinta-feira (9)

"O Último Episódio" estreia nesta quinta-feira (9)"O Último Episódio" estreia nesta quinta-feira (9) - Foto: Divulgação

Reza uma das grandes lendas da década de 1990 que o clássico desenho animado “A Caverna do Dragão”, cancelado prematuramente, tinha um último episódio secreto. E foi a partir desse mito, que nunca se confirmou, que nasceu a ideia do filme “O Último Episódio”, que estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (9). No Recife, o longa-metragem será exibido neste domingo (12), no Cinema São Luiz. 



Boato virou filme
“A gente crescia com isso, de que alguém tinha visto esse final e que ele existia. Eu acho que não tem ninguém da minha geração, gostando ou não do desenho, que não tenha ouvido alguma vez alguém falar sobre o final ou reclamando porque não existia ou mentindo dizendo que tinha visto. Eu tive vários amigos que inventaram que tinham visto, alegando que tinha passado na TV ou que alguém assistiu em tal lugar e contou como acaba. Então em 2009, quando tive a ideia, eu estava conversando com amigos na fila de um cinema e brinquei: e se e se alguém fizesse um filme sobre um garoto que vai fazer o episódio para não pagar de mentiroso. Aí voltei para casa e levei o projeto para frente, até que agora saiu o filme”, relembra Maurilio Martins, que assina a direção e roteiro, em entrevista exclusiva para a Folha de Pernambuco.
 


Ambientado em 1991, o longa acompanha Erik, um garoto de 13 anos que, para impressionar a menina de quem gosta, garante ter em casa uma fita com o lendário final da animação americana. Com a ajuda dos melhores amigos, ele busca uma saída para escapar dessa enrascada: recriar o último episódio. 

Matheus Sampaio, que interpreta o protagonista, aprendeu sobre muitas referências de um período que ele não viveu: “Eu não conhecia a ‘Caverna do Dragão’ e foi uma oportunidade muito legal de começar a assistir a alguns episódios. A trilha [trilha sonora do longa], por exemplo, eu nunca tinha escutado porque eu sou do interior, nasci e cresci escutando sertanejo, modão mesmo, raiz. Então, acho que Maurílio me proporcionou muitas coisas assim e eu pude abrir o meu leque. Como pessoa e como profissional, também. Eu fui estudar guitarra porque Erik tocava. O papel aumentou meu repertório. Eu acho que o ator é composto por isso”, conta.

História
O filme explora a passagem da infância para a adolescência e aproveita a pandemia cinematográfica de homenagens à década mais fértil de Hollywood. Dessa vez, com um toque brasileiro. Mas, mais que imitar o cinema desse período, ele faz questão de se assemelhar com o anos de 1990. Por trás de cada cena existe um cuidado e carinho para não acontecer nenhum anacronismo.

“O maior trabalho que a gente teve com toda a equipe maravilhosa e fantástica da direção de arte, da caracterização, do figurino e da fotografia era que as coisas soassem, dentro daqueles anos, o mais natural possível. Muita coisa parte da caracterização. Por exemplo, o cabelo do Erik foi inspirado nas minhas fotos da época. Até os os carros a gente usava com cautela. Geralmente os diretores ficam muito empolgados e colocam aquele tanto de carro nas cenas. Mas naquela época não circulavam muitos carros na rua. Então, você vai passando pelo filme, e se você não prestar atenção ou está assistindo uma resolução menor, você de fato acredita que é uma produção antiga. E eu vou agradecer porque a gente fez milagre, a gente fez isso com muito pouco. Eu acho que é uma prova maior da capacidade que a gente tem, né? O cinema brasileiro tem de ir além do que as pessoas acham”, conclui o diretor.

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