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URBANISMO

Chalés do Carmo e Sítio de Pai Adão serão restaurados; Fundarpe abre licitação para projetos

Edital é voltado à contratação de empresas especializadas na elaboração de projetos técnicos de restauração

Chalés do Carmo, em OlindaChalés do Carmo, em Olinda - Foto: Eduardo Cunha/Secult-PE/Fundarpe

A Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) lançou edital de licitação para a restauração de dois importantes bens culturais do estado: os Chalés do Carmo, localizados no Sítio Histórico de Olinda, e o Terreiro Ilê Obá Ogunté, também conhecido como Sítio de Pai Adão, em Água Fria, na Zona Norte do Recife.

O edital é voltado à contratação de empresas especializadas na elaboração de projetos técnicos de restauração. O documento está disponível na plataforma PE Integrado, e as propostas devem ser enviadas até 10h de 2 de setembro.

De acordo com o Governo de Pernambuco, as iniciativas fazem parte de um conjunto de ações voltadas à preservação do patrimônio material e imaterial de Pernambuco, com apoio do Novo PAC Seleções.

"Requalificar esses espaços é garantir que eles continuem vivos, pulsando cultura, história e tradição", afirmou a presidente da Fundarpe, Renata Borba.

Novos usos
Os Chalés do Carmo, conhecidos como "Chalés das Quatro Marias", foram construídos no final do século XIX e representam um exemplo marcante da arquitetura eclética da época.

O projeto de restauração, cujo processo licitatório é da ordem de R$ 460.372,92, prevê a implantação no local do Centro de Difusão do Carnaval e uma nova sede do Conservatório Pernambucano de Música.

"O restauro dos Chalés do Carmo permitirá a ocupação criativa de um conjunto arquitetônico que integra a história urbana de Olinda. Com o Centro de Difusão do Carnaval e o Conservatório, esse espaço se transforma em um importante vetor de valorização da cultura pernambucana", reforçou a presidente da Fundarpe.

Terreiro do Pai Adão, no RecifeTerreiro Ilê Obá Ogunté, conhecido como Sítio de Pai Adão | Foto:Eduardo Cunha/Secult-PE/Fundarpe

Já o projeto de requalificação do Terreiro Ilê Obá Ogunté visa a consolidar a estrutura física do espaço e implantar o Memorial do Terreiro, ampliando a sua função como lugar de memória, formação e vivência afro religiosa.

Mais antigo terreiro em atividade em Pernambuco, o Sítio de Pai Adão é tombado nas esferas federal e estadual e considerado um dos mais importantes espaços de resistência e organização das religiões afro-brasileiras.

O processo licitatório da requalificação do terreiro tem valor de R$ 335.489,23.

Chalés do Carmo
Os Chalés do Carmo foram construídos entre 1893 e 1894 numa época em que Olinda era muito procurada para a prática da talassoterapia, banho de mar com finalidade terapêutica. 

No começo do século XX, os chalés foram vendidos para o comerciante português João Fernandes de Almeida, que presentou suas quatro filhas com os imóveis. Nas fachadas, é possível ver os nomes das herdeiras: Alice, Beatriz, Julieta e Zulmira.

Tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), os imóveis deixaram de ser particulares em 1977 quando foram desapropriados pelo Governo de Pernambuco. No local, foi instalado o Fórum de Olinda.

Em 1996, começaram a funcionar como Casas da Cidadania, espaço para retirada de documentos e outros trâmites focados na criança e adolescente, sendo desativados em 2010. Em 2011, foram recuperados para sediar o tradicional evento de arquitetura CasaCor, mas seguiram abandonados desde então. 

Em 2016, passaram do controle da Prefeitura de Olinda para o do governo novamente, estando sob custódia da Fundarpe.

Sítio de Pai Adão
O Terreiro Ilê Obá Ogunté, mais conhecido como Sítio de Pai Adão, é um dos terreiros mais antigos e importantes para o xangô de Pernambuco. A estimativa é de que tenha sido fundado por nigerianos em 1875 e que, em razão da sua importância histórica, foi tombado como Patrimônio Cultural do Brasil, pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). 

Recebeu o nome de Pai Adão em homenagem a um dos sacerdotes da cultura nagô em Pernambuco. Ele ajudou a fundar terreiros, destacando-se entre os estudiosos nas religiões de matriz africana.

O terreiro fica no número 1.644 da Estrada Velha de Água Fria, no bairro de Água Fria, no Recife. As atividades do terreiro são anunciadas no perfil @sitio_paiadao no Instagram.

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