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RECIFE

Circuito por pontos históricos da Ditadura Militar no Recife relembra vítimas

Com narração dos fatos históricos, passeio acontece no dia 1° de abril, data que marca o aniversário de 61 anos do Golpe

Circuito será finalizado no Monumento Tortura Nunca Mais, na Rua da Aurora, Centor do RecifeCircuito será finalizado no Monumento Tortura Nunca Mais, na Rua da Aurora, Centor do Recife - Foto: Luiz Santos/Divulgação

Com a missão de relembrar as vítimas e seus entes queridos, além de manter acesa a história da Ditadura Militar, o "Circuito da Memória, Reflexos do Passado ao Futuro" chega, no dia 1° de abril, a partir das 14h, com passeio de trenzinho por pontos históricos dos anos de chumbo no Recife. Em Pernambuco, ao todo, existem 51 registros de mortos e desaparecidos durante o Golpe, entre 1964 e 1985.

Rota
O ponto de partida será ao lado da Assembleia Legistaliva de Pernambuco (Alepe), na Rua da União, na Boa Vista, Centro. De lá, os participantes vão seguir pela av. Dantas Barreto, local em que Jonas José Albuquerque de Barros e Ivan Rocha Aguiar, ambos com 17 anos, foram assassinados no início do Golpe de 64 em Pernambuco.

Depois o trenzinho segue itinerário pela Casa da Cultura, antiga Casa de Detenção do Recife, na Rua Floriano Peixoto, no bairro de São José, Centro. Após isso, os participantes serão levados para a sede do antigo Departamento de Ordem Política e Social (Dops) do Recife, um dos principais pontos de tortura da capital pernambucana, na Rua da União. 

Casa da Cultura, no RecifeTrenzinho segue itinerário pela Casa da Cultura, antiga Casa de Detenção do Recife, na Rua Floriano Peixoto, no bairro de São José, Centro. - Foto: Costa Neto/Secult

O trajeto segue pelo antigo Quartel do Segundo Exército, local em que Paulo Freire e tantos outros intelectuais foram presos, passando depois pelo antigo Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (Doi-Codi). O ponto funcionou ao lado do antigo quartel do quarto exército, como uma agência de repressão política entre 1964 e 1984. 

Por fim, o percurso termina na praça do Monumento Tortura Nunca Mais, na Rua da Aurora, entre os bairros da Boa Vista e Santo Amaro. O local relembra as vítimas da Ditadura e prega pelo não esquecimento da perseguição e da tortura sofrida no regime militar. 

Realização
O circuito chega na data que marca os 61 anos do Golpe de Estado. A iniciativa será comandada pelo Grupo João Teimoso, que completa 24 anos de fundação neste mês de abril. Desde 2019, a organização de teatro circula com a peça "Retratos de Chumbo, As Rosas que Enfrentaram os Canhões", que conta histórias de mulheres que lutaram, foram presas, torturadas e mortas no período da Ditadura Militar no Brasil.

Esse primeiro circuito será para convidados e algumas pessoas interessadas. O trenzinho tem capacidade para 30 pessoas em cada passeio. O projeto teve alguns apoios de sindicatos, mas não conseguiu alcançar o valor estimado para a realização. Assum, o grupo levou o projeto para essa primeira apresentação, mas busca ainda mais apoio para poder manter a ação.

"Vamos lembrar a nossa história, para que nunca mais aconteça e nossa democracia se fortaleça", afirmou o diretor do Grupo João Teimoso, Oséas Borba. 
 

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