Dia Nacional da Saúde: Quem deu origem à data?
Data foi escolhida em homenagem a Oswaldo Cruz, importante sanitarista que enfrentou epidemias da peste bubônica, febre amarela e varíola no Brasil
Neste sábado (5), o Brasil comemora o Dia Nacional da Saúde, data implementada no calendário oficial brasileiro em novembro de 1967 pelo então Ministério da Saúde e da Educação e Cultura. A celebração busca aumentar a sensibilização dos brasileiros sobre a importância de estilos de vida considerados saudáveis e da educação sanitária.
O tema ganha destaque no ano em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou como encerrada uma das piores emergências de saúde que a sociedade moderna já viveu. Somente no Brasil, a pandemia da Covid-19 deixou 700 mil mortos e, no mundo, mais de seis milhões. Mas você sabe qual a origem do Dia da Saúde no país?
5 de agosto foi escolhido no final dos anos 60 para simbolizar a importância do tema em homenagem ao médico Oswaldo Gonçalves Cruz, que nasceu na mesma data em 1872. O sanitarista teve um papel fundamental no enfrentamento de grandes epidemias no Brasil, como da febre amarela, da peste bubônica e da varíola.
Leia também
• Nuggets, batata frita e cheeseburguer: os riscos à saúde da dieta de 4 mil calorias de Mark Zuckerbe
• Mito ou verdade: o hábito de encolher a barriga pode fazer mal à saúde?
• Metade da população terá ao menos um transtorno relacionado à saúde mental aos 75 anos, diz estudo
Graduado em 1892 na então Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, uma das instituições mais antigas do país, Oswaldo Cruz estudou durante alguns anos microbiologia e imunologia no Instituto Pasteur, em Paris, na França. Quando retornou ao Brasil, o Porto de Santos começava a enfrentar a epidemia de peste bubônica.
A pedido do governo federal, foi um dos responsáveis por identificar a doença junto aos médicos Adolpho Lutz e Vital Brazil. Com isso, em 1900, o país criou dois laboratórios para produção de imunobiológicos contra a peste: o Instituto Butantan, em São Paulo, e o Instituto Soroterápico Municipal, no Rio de Janeiro – que no futuro se tornaria a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Três anos depois, Oswaldo Cruz foi colocado à frente da Diretoria-Geral de Saúde Pública do Brasil (DGSP), cargo que corresponde atualmente ao de Ministro da Saúde. Na época, o médico lidou não apenas com a epidemia peste, mas da febre amarela. Somente um ano depois, teve um novo desafio, a campanha de vacinação contra a varíola.
Só naquele ano, mais de três mil pessoas haviam morrido pela doença no Rio de Janeiro, então capital do país. Porém, a iniciativa de imunização em massa, com membros da brigada sanitária entrando na casa das pessoas para obrigar a vacinação, gerou resistência da população.
O evento ficou conhecido como a Revolta da Vacina, que em apenas cinco dias deixou um saldo de 945 prisões, 110 feridos e 30 mortos, segundo o Centro Cultural do Ministério da Saúde. O governo controlou a rebelião, mas abriu mão da obrigatoriedade da aplicação da dose.
Com prestígio internacional, Oswaldo Cruz deixou o comando da Diretoria-Geral de Saúde Pública em 1909, quando passou a se dedicar ao Instituto Manguinhos. Pouco depois, o local virou Instituto Oswaldo Cruz. Em 1915, porém, por motivos de saúde, abandonou a direção da instituição, e se mudou para Petrópolis.
Chegou a ser eleito prefeito da cidade serrana, mas não durou muito tempo no cargo. Devido a crises de insuficiência renal, morreu em fevereiro de 1917, com somente 44 anos.
Embora no Brasil o Dia Nacional da Saúde seja comemorado em agosto em homenagem a Oswaldo Cruz, em âmbito global o Dia Mundial da Saúde é celebrado em maio, no dia 7, por marcar o aniversário de fundação da Organização Mundial da Saúde (OMS) – que completou 75 anos neste ano.
Com informações do Ministério da Saúde, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Instituto Oswaldo Cruz (IOC).

