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CONDENADA

Foragida após mandar matar ex-marido em Paulista é presa na Itália 20 anos depois do crime

Homicídio aconteceu em agosto de 2005. Segundo TJPE, mulher não aceitava fim do relacionamento e nova namorada da vítima

Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) informou a prisão da mulher, foragida desde 2005Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) informou a prisão da mulher, foragida desde 2005 - Foto: Paullo Allmeida/Folha de Pernambuco

Uma mulher de 48 anos foragida da Justiça foi presa no último sábado (13), na província de Pisa, localizada na região italiana da Toscana, 20 anos após mandar matar o ex-marido. O crime aconteceu em 14 de agosto de 2005, na cidade de Paulista, na Região Metropolitana do Recife (RMR).

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) informou à Folha de Pernambuco a prisão de Flávia Alves Musto, nesta quarta-feira (17), após confirmação do Departamento de Segurança Pública da Interpol em Roma, capital da Itália.

Flávia foi condenada pelo homicídio qualificado da vítima, identificada como Isaías de Lira. Os autos do processo judicial mostram que ela contratou indivíduos para matar o ex-companheiro e que o relacionamento durou cerca de dois anos, tendo sido marcado por ser "muito tumultuado".

"Neste intervalo de tempo, [ocorreram] sete separações, pois a acusada era muito ciumenta, agressiva e possessiva", afirmou o TJPE, em comunicado. 

"A motivação [do homicídio] foi o ódio nutrido pela ré em razão da negativa da vítima em reatar pela sétima vez o relacionamento, tendo Flávia tomado conhecimento de que Isaías estaria com uma nova namorada, o que atiçou ainda mais o seu ódio", acrescentou o Tribunal.

Ainda segundo o TJPE, dias antes do crime, a ré foi vista procurando informações sobre a vítima e se ele costumava frequentar a localidade para onde foi arrastado para ser assassinado. Ela também fez ameaças ao homem às vésperas do assassinato. 

O TJPE informou que a prisão de Flávia foi efetuada pela cooperação policial internacional por meio da Difusão Vermelha, instrumento da Interpol para localizar e prender foragidos no exterior. Depois da prisão, ocorre a extradição ao país de origem do condenado. 

O nome da mulher foi acrescentado à lista após diligências da promotora do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Liana Menezes Santos.

Extradição
Segundo o jornal italiano Il Tirreno, investigadores chegaram à localização de Flávia após reconstruírem seus deslocamentos, partindo, inclusive, de um antigo domicílio na cidade. A mulher agora aguarda os trâmites de extradição para o Brasil, onde deverá cumprir a pena definitiva. 

O Tribunal de Justiça disse que a Vara Criminal de Paulista, por meio do magistrado Thiago Fernandes Cintra, é responsável para dar seguimento ao pedido de extradição junto ao Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional do Ministério da Justiça da Itália.

Flávia Alves Musto foi colocada à disposição do Tribunal de Apelação de Florença, capital da região da Toscana. A reportagem tenta localizar a defesa da condenada. 

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