Papa Leão XIV opta por nome que não era escolhido desde 1878; entenda
Na ocasião, Vincenzo Gioacchino Raffaele Luigi Pecci Prosperi Buzzi seria escolhido o novo Papa em conclave e decidiria por usar o Leão XIII
A Igreja Católica já tem um novo Sumo Pontífice. A fumaça branca que saiu da chaminé da Capela Sistina, nesta quinta-feira (8), sinalizou ao mundo que os 133 cardeais eleitores definiram um novo Papa para suceder Francisco, morto em abril. O Papa eleito, Robert Francis Prevost escolheu Leão XIV, que não era usado desde 1878.
Naquele ano, no dia 20 de fevereiro, Vincenzo Gioacchino Raffaele Luigi Pecci Prosperi Buzzi seria escolhido o novo Papa em conclave e decidiria por usar o Leão XIII. Antes disso, Leão XII foi o representante máximo da Igreja Católica entre 1823 e 1829.
Dentre todos as sacerdotes que ocuparam trono de Pedro, o nome mais escolhido para governar a Igreja Católca foi João, em 23 ocasiões, seguido por Gregório (16), Bento (16), Clemente (14) e Leão (14), nas cinco primeiras posições.
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O cardeal Robert Francis Prevost, de 69 anos, um poliglota nascido em Chicago, visto como um eclesiástico que transcende fronteiras foi eleito novo Papa nesta quinta-feira.
Ele serviu por duas décadas no Peru, onde se tornou bispo e cidadão naturalizado, e depois liderou sua ordem religiosa internacional. Atualmente ocupava um dos cargos mais influentes na Santa Sé.
Enquanto alas ideológicas disputavam entre continuar a agenda inclusiva do Papa Francisco ou retornar a um caminho doutrinário conservador, os apoiadores do cardeal Prevost o promoveram como uma alternativa equilibrada entre os "pontificáveis" — como são conhecidos os possíveis candidatos ao papado.
Mentor e amigo
O padre Michele Falcone, de 46 anos, sacerdote da Ordem de Santo Agostinho (anteriormente liderada por Prevost), descreveu seu mentor e amigo como o "meio-termo digno". O cardeal se assemelha a Francisco em seu compromisso com os pobres e os migrantes e em encontrar as pessoas onde elas estão.
No ano passado, ele disse ao site oficial do Vaticano que "o bispo não deve ser um pequeno príncipe sentado em seu reino". Pelo contrário, afirmou que o líder da Igreja é "chamado, de forma autêntica, a ser humilde, estar próximo do povo que serve, caminhar com ele, sofrer com ele".
Indicado por Francisco em 2023 para chefiar o escritório do Vaticano responsável por nomear e administrar bispos no mundo todo, o cardeal Prevost passou grande parte de sua vida fora dos EUA.
Ordenado em 1982, aos 27 anos, ele obteve doutorado em direito canônico na Pontifícia Universidade de Santo Tomás de Aquino, em Roma. No Peru, atuou como missionário, pároco, professor e bispo. Como líder dos agostinianos, visitou ordens ao redor do mundo e fala espanhol e italiano.
O cardeal entende que o centro da Igreja Católica Romana "não está nos Eua ou no Atlântico Norte", disse Raúl E. Zegarra, professor assistente de estudos teológicos católicos na Escola de Teologia de Harvard.
Dada a experiência internacional do cardeal Prevost, seu conhecimento de Estados Unidos e seu trabalho na hierarquia do Vaticano, disse Marco Politi, veterano analista do Vaticano em Roma, "se ele não fosse americano, isso o tornaria automaticamente um pontificável, com certeza".

