Bolsonaro permanece na UTI sem previsão de alta e mantém "boa evolução clínica", diz boletim médico
Restrição a visitas está mantida; ex-presidente está internado desde sábado à noite em Brasília
O ex-presidente Jair Bolsonaro segue na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília, informou o boletim médico desta quinta-feira.
"O Hospital DF Star informa que o ex-Presidente Jair Bolsonaro permanece internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em acompanhamento pósoperatório. Mantém boa evolução clínica, sem dor e sem outras intercorrências. Apresenta também melhora dos exames laboratoriais. Segue em jejum oral, com nutrição parenteral exclusiva. Hoje, continuará o programa de fisioterapia motora (caminhada fora do leito) e respiratória. Persiste a recomendação de não receber visitas e não há previsão de alta da UTI", diz o texto.
Em publicação nas redes na quarta, Bolsonaro reforçou que segue com " boa evolução clínica, sem maiores dores, sangramentos ou intercorrências mais graves".
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Na terça-feira, Bolsonaro publicou um vídeo em que aparece caminhando no hospital.
Também na terça, Bolsonaro afirmou nas redes sociais que está "concentrado" na recuperação da cirurgia e disse que a intervenção foi a mais "invasiva" pela qual já passou. Esta foi a sexta operação realizada desde 2018 na região em que foi atingido por uma facada.
"Permaneço concentrado no processo de recuperação, que pelo que entendo foi procedimento mais invasivo que aconteceu", escreveu em post no X.
Bolsonaro também agradeceu a quem está respeitando a orientação passada pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que restringiu as visitas neste momento apenas aos familiares.
"Agradeço, com muito carinho, aos amigos que estão respeitando esse momento delicado, compreendendo que, por orientação médica, apenas familiares e profissionais de saúde estão autorizados a acompanhar de perto. Isso é essencial para evitar conversas e estímulos que possam causar dilatação e até mesmo descolamento da parede abdominal — riscos que precisam ser evitados com máxima cautela frente ao enfrentado na sala de cirurgia", completou.
Como foi a cirurgia
No último domingo, o ex-presidente precisou passar por uma cirurgia de mais de 12 horas para desobstruir parte do intestino. A intervenção foi considerada de “grande porte” e teve o objetivo de descolar as chamadas “aderências” no órgão e reconstruir a parede abdominal.
O último boletim médico, divulgado no final da tarde desta segunda-feira, indicava que Bolsonaro estava sem dor e sem sangramentos. O ex-presidente já conseguiu sentar no leito e dar alguns passos com auxílio.
A expectativa é que seja uma internação hospitalar de pelo menos duas semanas. Até o momento, Bolsonaro está se alimentando por via intravenosa.
O ex-presidente passou por uma “laparotomia exploradora”, procedimento que consiste em cortar o abdome para examinar os órgãos internos. No caso de Bolsonaro, houve o diagnóstico de retenção do trânsito do intestino. O objetivo, então, foi desfazer as “aderências” que bloquearam a digestão do paciente. Depois, houve a reconstrução da parede abdominal, feita para reforçar a musculatura dessa parte do corpo.
A obstrução intestinal foi resultante de uma dobra do intestino delgado que dificultava o trânsito intestinal e que foi desfeita durante o procedimento.
O ex-presidente passou mal na última sexta-feira, no Rio Grande do Norte, após sentir os efeitos da retenção intestinal, e foi transferido no dia seguinte para o Distrito Federal. O problema de saúde do ex-presidente é uma sequela do ataque à faca contra ele há sete anos, durante a campanha de 2018.

