Alessandra Negrini fala sobre "A árvore", peça que traz ao Recife: "É uma explosão"
Espetáculo é o primeiro monólogo da atriz e chega ao Teatro do Parque para sessões nesta sexta-feira (16) e no sábado (17)
Em “A árvore”, Alessandra Negrini traz ao Teatro do Parque seu primeiro monólogo. A peça, que estreou nos palcos em agosto do ano passado, passou por diversas cidades e chega ao Recife para duas apresentações: nesta sexta-feira (16), às 20h, e no sábado (17), às 19h.
No espetáculo, a atriz paulista vive a personagem A., uma mulher que, sozinha em seu apartamento e após ganhar uma pequena planta, se vê diante de várias reflexões. O texto nasceu de um pedido de Alessandra à dramaturga Silvia Gomez.
“Eu tinha muita vontade de trabalhar com a Silvinha. Veio a pandemia e, mesmo assim, resolvemos seguir com o projeto, que até por isso acabou ganhando mais força e sentido, por conta de falar da insuficiência da vida civilizada, da solidão humana nesse contexto de separação da natureza”, explicou Alessandra, em entrevista à Folha de Pernambuco.
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A peça estreou durante a pandemia de Covid-19, de forma online. Depois, foi transformado em um longa-metragem distribuído pela O2 Filmes, disponível em plataformas como Apple TV e YouTube Premium.
Contando com direção de Ester Laccava, Alessandra Negrini também assina a produção da montagem, ao lado de Gabriel Fontes Paiva. Conhecida por seus trabalhos na TV e no cinema, a atriz mantém também uma trajetória de 25 anos no teatro. Com “A árvore”, no entanto, é sua primeira vez sozinha no palco.
“É um processo mais solitário e exige mais esforço físico, mas o princípio é o mesmo. Tudo é teatro”, apontou Alessandra. A dramaturgia é também o primeiro monólogo escrito por Silvia Gomez, que buscou entre as inspirações o livro “Revolução das plantas”, do biólogo Stefano Mancuso.
Na trama do espetáculo, A. tenta limpar uma estante e se vê presa à planta por um fio de cabelo. Essa estranha constatação impulsiona um processo de viagem interna. Enquanto seu corpo se transforma lentamente em algo que ela desconhece, a mulher narra fatos do seu cotidiano e levanta questionamentos urgentes, transitando entre o humor e a poesia.
“É um texto feminino no sentido de ser um processo interno de mudança, coisa que nós mulheres conhecemos bem. E feminino também porque é uma busca do orgânico, da terra, em oposição aos valores de uma sociedade construída para se proteger da natureza. É uma explosão. Eu amo. Não é fácil, mas me sinto muito bem quando viro essa árvore”, comentou.
Depois de passar por São Paulo, João Pessoa, Fortaleza, Salvador e São Luís, Negrini retorna ao Recife após quase dez anos sem pisar aqui. Sobre o público pernambucano, ela afirma conhecê-lo muito bem.
“Fui casada com o Otto [cantor nascido em Belo Jardim] e tenho muitos amigos daí, entre eles [a atriz] Virginia Cavendish, [o cineasta] Lírio Ferreira - com quem já filmei , inclusive - e Roberto Machado, que foi meu professor de Filosofia. São tantos pernambucanos na minha vida, e todos deliciosamente críticos e comprometidos com a arte de pensar. Uma gente de humor fino e irônico, ou seja, difícil de agradar. Mas é o que eu espero fazer, humildemente e com jeitinho”, brincou.
Serviço:
Monólogo “A árvore”, com Alessandra Negrini
Quando: hoje, às 20h, e amanhã, às 19h
Onde: Teatro do Parque (Rua do Hospício, 81, Boa Vista - Recife)
Ingressos a partir de R$25, à venda no Sympla
Informações: (81) 99488-6833

