Santa Cruz define prioridades da SAF: "Voltar ao Arruda e sair da Série C"
Investidores seguem com a meta de investir R$ 1 bilhão em 15 anos
O Santa Cruz já tem definida as prioridades para os primeiros dias da SAF, quando esta for oficialmente aprovada e implantada. Nesta quarta-feira (10), em entrevista coletiva, o presidente Bruno Rodrigues e o investidor da Cobra Coral S/A, Iran Barbosa, trataram dos principais pontos do contrato, bem como das maiores necessidades do clube: reforma do estádio do Arruda e acesso à Série B.
Uma das maiores marcas da proposta vinculante segue em vigor: investimento de R$ 1 bilhão durante 15 anos. Contudo, alguns pontos foram reformulados no último aditamento.
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Primeiramente, o grupo de investidores terá que fazer investimentos mais urgentes na reestruturação do estádio do Arruda. Dessa forma, ficou acordado que será necessário um investimento de R$ 100 milhões nos primeiros três anos - sendo pelo menos R$ 10 milhões para obras mais emergenciais ainda em 2026.
Também está estabelecido que o estádio passará para SAF assim que a questão da Lei da Doação dos Terrenos for resolvida com a Prefeitura do Recife e a Câmara de Vereadores da cidade.
Enquanto isso, o Arruda será concedido ao grupo pelo prazo de 35 anos, podendo ser renovado pelo mesmo período.
Presidente do Santa Cruz, Bruno Rodrigues, explicou os principais pontos do acordo da SAF - Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco Centro de treinamento
Outro ponto central do contrato passa pela necessidade de construção de um novo Centro Treinamento. É de consenso no clube que o Ninho das Cobras não vem conseguindo atender todas as necessidades.
Desta forma, o grupo de investidores deve construir um novo CT com no mínimo três campos oficiais, alojamentos e academia. Ficou estabelecido que o prazo de conclusão das obras será de 36 meses, caso o clube consiga o acesso à Série B.
Futebol
Principal atividade do clube, o futebol também tem uma meta mínima de investimento. Conforme o próprio Iran Barbosa afirmou, o Santa Cruz acabou de sair do "inferno" da Série D e agora está no "purgatório" da Série C. Dessa forma, a prioridade agora é avançar à Série B o mais rápido possível.
Iran Barbosa, investidor da Cobra Coral S/A - Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco Para tanto, os investidores devem fazer o aporte de no mínimo R$ 36 milhões na Série C de 2026. Esse valor inclui folha salarial de atletas e comissão técnica, investimentos em contratações e demais ações necessárias ao futebol.
“Essa é a grande diferença de falar custo no futebol e folha (salarial). Não são R$ 36 milhões de folha. Isso inclui valor de transferência para clube. Como, por exemplo, achamos um camisa 10, de 18 anos, em algum clube da Série A, e o clube quer R$ 5 milhões para me passar o passe. Isso entra dentro do processo”, disse Iran Barbosa.
A título de comparação, o balanço financeiro do clube em 2024 demonstrou que a receita total do Santa Cruz foi de R$ 14 milhões, incluindo futebol e demais atividades. Portanto, este valor que irá exclusivamente ao futebol supera em quase R$ 20 milhões a receita bruta do clube no ano passado.
Investimento (mínimo) da SAF no Santa Cruz por divisão:
Série D: R$ 20 Milhões
Série C: R$ 36 Milhões
Série B: R$ 52 Milhões
Série A: R$ 100 Milhões
Sobre a estrutura de organização, tudo dependerá de quem será o "homem forte" do futebol. A ideia de Iran é estruturar o organograma contando com um CEO da SAF, algo que Pedro Henriques já vem desempenhando.
Outro cargo é o de SEO, função similar à de um diretor de futebol. Por último, um diretor de operações, que irá fazer a gerência de estádio e questões comerciais.
Governança
Outra alteração definida foi no modelo de governança. O clube enquanto associação terá mais um representante dentro do conselho, somando agora sete cadeiras.
“Nós vamos ter um conselho de sete membros: sendo cinco da Cobra Coral S/A e dois da associação, que serão o presidente do executivo e o presidente do Conselho Deliberativo”, explicou Bruno Rodrigues.
Próximos passos
Durante a entrevista, o presidente Bruno Rodrigues confirmou que o Poder Executivo do clube já entregou o contrato ao Conselho Fiscal para produzir o parecer. Essa fase não tem poder de veto.
Em seguida, a proposta será encaminhada ao Conselho Deliberativo, que tem oito dias para convocar os conselheiros e votar a decisão. Assim como a fase anterior, não existe o poder de veto.
Coletiva de imprensa de esclarecimento das principas propostas da SAF do Santa Cruz - Foto: Arthur Mota/Folha de PernambucoPor último, será enviado para Assembleia Geral Extraordinária, possuindo 45 dias corridos para que a instância máxima do clube vote e aprove ou não a SAF. É o único órgão com poder de veto.
Tendo definição positiva para transformação do clube em SAF, o rito volta ao Conselho Deliberativo para ser ratificado e a SAF ser oficialmente implementada. A estimativa atual é que esse processo percorra dure de 65 a 90 dias.
Cronograma
- Envio de documentação para o Conselho Fiscal (em andamento) (prazo até o dia 18 de setembro)
- Envio de documentação ao Conselho Deliberativo (prazo de oito dias úteis)
- Convocação da Assembleia Geral Extraordinária (prazo de 45 dias corridos)

